O pensar e o sentir deve ser feito ou ocorrer fora da dimensão do conhecimento orgânico. Deve ter uma pitada de intensidade e outra tanta de profundidade. A hipersensibilidade de se ser e de se viver corresponde a uma norma que subjetivamente é forjada, frequentemente por nós, Sociedade.
No trabalho psicoterapêutico infantil, percebemos o quanto não se trabalha a esfera emocional das nossas crianças e adolescentes. É tão mais rápido e fácil para eles compreender o que devem fazer numa situação de uma ferida física, do que o que devem fazer quando tem uma ferida emocional. E ao longo da nossa vida existem tantas feridas que ao não serem saradas, nos transformam a nós por vezes na própria ferida.
A doença mental é um assunto sério. Não numa perspetiva de remediar e reparar, mas de preven
ção e atuação. Não vale a pena praticarmos muito desporto, alimentação saudável se depois estamos constantemente a atacar aquilo que somos.
A saúde mental é importante e não a devemos colocar à margem. É de extrema relevância saber gerir as nossas emoções, os nossos conflitos, expressar os nossos sentimentos, de modo a que possamos ser e manter-nos na linha do poder ser quem somos, saúdavel-mente.
Cuidar da nossa saúde mental, é cuidar da casa onde habitamos, e do corpo onde vivemos. Com as forças que temos e as vulnerabilidades que possuímos. A subjectividade humana é o maior tesouro que podemos ter. Promovê-la às nossas crianças e adolescentes, num sentido de reconhecimento é prevenir um mundo mental repleto de dor, isto é, “uma cabeça de dor”.
Saudações Psikikas,
V.
Legenda:
Painting by Anna Mair.
Paintings by René Magritte.
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