A nossa vida é sempre um tempo e um lugar de vivências. Entre este caminhar mais conectado(s) ou desconectado(s), há sempre momentos que nos aprisionam, e outros que nos libertam. Não há vida sem dor, nem à vida com alegria, permanente(s). Não há vida sem relação, nem à vida sem amor, naquilo que é o mais amplo sentido da palavra. Por isto, por vezes, é necessário voltar…, à possibilidade de viver, e à possibilidade de amar.
Precisamos regressar ao que simbolicamente uma Fénix, representa –, o triunfo da vida sob a morte. O eterno Re-começar. Re-nascer, e Re-criar. Mas sem se perder (n)a essência. Precisamos regressar à sensação de libertação e de vitalidade. Da livre e espontânea expressão do que realmente somos, nas nossas emoções e, nos nossos sentimentos.
Ser-se humano, é ser-se plural. Nas histórias. Nas vivências. Nos sentimentos. Não polarizando entre o que é “bom” ou o que é “mau”, mas na enorme diversidade. É preciso expandir, é preciso vivê-los, mas também é preciso senti-los. Só assim deixam de ser estranhos ou ameaçadores, porque o que conhecemos liberta-nos, o que temos medo aprisiona-nos.
Simbolicamente à vida, está o processo terapêutico. Que quando nos entregamos não é nada mais, senão uma âncora que nos prende a nós mesmos, e onde o Outro, na pessoa do terapeuta, nos acompanha, com uma bússola. Permitindo com o tempo e o espaço, do ser humano em conexão, (re)-surgir o Renascimento “Fenixiano”, daquilo que somos, enquanto humanos. Re-descobrindo o passado, conectando-nos ao presente e sonhando com o futuro.
Mas, nesta viagem antes de conhecer o externo, importa conhecer o interno. Um lugar, muitas vezes escondido ou incompreendido, mas onde tudo começa. Se contacta. Se conecta. Para crescer e desenvolver. Pois só assim se pode compreender, conhecer e caminhar. Num lugar onde tudo faz sentido. Onde tudo se estabelece.
Capa: "Ave Fénix" por César Ayllón
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