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Foto do escritorPsikika

O DESENHO INFANTIL

As crianças entretêm-se muitas vezes a desenhar nos seus tempos livres e utilizam os materiais de desenho de forma lúdica e criativa para se expressarem. Estas “obras de arte” das crianças transmitem informações sobre a sua personalidade por exibirem as suas características pessoais nas suas representações. É através dos desenhos que as crianças se representam simbolicamente e mostram as suas emoções, autoestima, assim como os seus conflitos internos e angústias.


O desenho é, também, utilizado como instrumento de avaliação psicológica, pois coloca em evidência a fantasia inconsciente da criança numa forma corpórea e concreta, onde o seu mundo da fantasia encontra, no papel, uma forma e possibilidade de expressão e exteriorização. O funcionamento mental da criança é passível de ser verificado no desenho de acordo com os símbolos aí representados.


Os Materiais

Os materiais escolhidos pelas crianças (lápis de cor, lápis grafite, canetas de cor, lápis de cera e giz, etc…) para representarem os seus desenhos, como o tamanho da folha, o tipo de caneta, a forma como desenham e até as cores utilizadas, mostram-se significativas na interpretação dos mesmos, pois revelam o seu estado emocional e personalidade. Quanto mais variados são os materiais, maior a probabilidade da criança se expressar e dar o seu toque único e original ao seu desenho, descobrindo as suas formas preferidas de se expressar.



O Conteúdo dos Desenhos

Relativamente ao conteúdo dos desenhos, é de salientar a importância e valor que a criança dá a cada elemento representado. Esta característica pode ser identificada através da dedicação que esta faz com cada personagem e de onde podem surgir processos mais defensivos, com o objetivo de diminuir a ansiedade que provém das relações com os outros, de forma a preservar o equilíbrio psíquico.


É difícil olhar para um desenho de uma criança e não reagir emocionalmente ao mesmo. É este impacto emocional que se tem quando se olha para um desenho que nos conecta com o mundo interno da criança.


Em contexto clínico, existem algumas questões que são pertinentes perguntar acerca dos desenhos das crianças, de forma a promover uma interação entre o terapeuta e a criança e a complementar aspetos sobre o desenho. Desta forma, pode ser pedido à criança que descreva o que está a acontecer no desenho e que lhe dê um título, perguntar como é que se sentem as figuras representadas de modo a que a criança projete os seus sentimentos; perguntar sobre o que estas figuras sentem sobre as outras personagens representadas, o que diriam uns aos outros, de forma a podermos ter acesso à forma como a criança sente as relações e como se projeta nas mesmas.


Também os pais podem estar presentes e atentos quando a sua criança está a desenhar, pois esta sente-se acompanhada, espelhada e consegue, mais facilmente, expressar s seus conflitos e angústias internas. É de salientar a importância de existir um clima seguro e confortável para a criança, que lhe permita fazer experiências com os mais diversos materiais e expressar-se de maneira mais fluida.



Assim, os desenhos têm um papel fulcral na clínica infantil por serem um “retrato” da vida da criança e das suas relações com os outros, porque ao refletir o seu mundo interno, a criança dá-nos a conhecer parte de ela mesma.


 

Com um até já Psikiko!

J.C.


 






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