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Comportamentos auto-lesivos - compreender para saber.




Um dos temas de crescente interesse na literatura relaciona-se com a exibição de comportamentos autolesivos por jovens ou adultos, relatados em contexto terapêutico.


Seria importante primeiramente clarificar a definição de comportamento auto-lesivos, segundo aponta a literatura é definido como um ferimento auto-induzido e intencional que resulta na lesão de tecido (corporal) significativa. O mesmo construto abrange, deste modo comportamentos auto-lesivos e formas indiretas de ferimentos/danos corporais. De salientar que estes comportamentos podem ocorrer em amostras clínicas e não clínicas e que se encontra incluído tando no DSM-5 como no ICD-10.



Segundo os manuais de diagnóstico, comportamentos auto-lesivos são considerados um critério para a perturbação de personalidade borderline, contudo geralmente sujeitos que exibem este tipo de comportamento, tendem a evidenciar comorbidamente outras patologias, nomeadamente perturbação por abuso de substâncias, perturbações alimentares, perturbação dissociativa, somatização, dismorfia corporal, depressão, ansiedade, stress pós traumático, esquizofrenia.


Para uma melhor compreensão deste tema, os autores revelam a importância da consideração de fatores próximas (próximos à doença, que agem diretamente na determinação da doença) e distais (influência de nível hierárquico superior e que pode influenciar os fatores próximais). Relativamente aos primeiros, a investigação revela relação  entre fatores pessoais próximas com a ansiedade, agressividade, depressão e indicadores gerais de psicopatologia e de saúde física. No que diz respeito aos fatores diatais, apontam frequentemente fatores biográficos como negligência emocional, maus-tratos ou abuso na infância.


Segundo os autores, a informação e conhecimento relativos aos comportamentos auto-lesivos é ainda insuficiente e pouco satisfatória, sobretudo quando comparada com outras áreas no que se refere ao estudo e integração dos fatores distais e proximais essenciais a uma melhor compreensão da perturbação.


De entre as diversas justificações para o comportamento exibido, a que mais descrita é na literatura é a de que o sujeito busca a dor física como forma de aliviar a dor emocional. Ao focar-se no desconforto físico esquece, ainda que por momentos, o sofrimento emocional, surgindo como um comportamento muitas vezes aditivo e com tendencia ao aumento da frequência à medida que o tempo passa. Geralmente os sujeitos fazem-no de um modo simples, e escondido do olhar do outro, aumentando progressivamente a lesão induzida.



Considerando a explicitação desta problemática e os diversos fatores que a influenciam, seria importante compreender quais as abordagens terapêuticas mais adequadas. Segundo as investigações, a Terapia Cognitivo-Comportamental é a que se revela mais promissora no tratamento de comportamentos autolesivos, considerando sobretudo com o recurso  a Terapia de Resolução de Problemas cujos objetivos passam por: Desenvolver uma orientação positiva para o problema e diminuir a orientação negativa para o problema; treino de resolução de problemas com recurso à racionalização; reduzir o uma evitamento da resolução de problemas, bem como a tomada de decisão impulsiva e irracional.


Esta abordagem permite conceptualizar os comportamentos autolesivos como a resolução disfuncional de problemas, assim o incremento de atitude positivas relativamente à resolução de problemas e o desenvolvimentos de competências e estratégias de coping permite ao sujeito gerir de um modo mais adaptado a perturbação. Apesar das suas contribuições, os investigadores referem a existência de algumas limitações, como é o caso de não serem observadas diferenças significativas entre o grupo clinico e o grupo de controlo.


Ainda no que se refere ao tratamento desta patologia, outras abordagens psicoterapêuticas são brevemente referidas na literatura como é o caso da psicoterapia existencial e da psicoterapia psicanalítica. Os estudos desenvolvidos, relativamente ao tratamento e intervenção, são ainda bastante limitados, sendo necessário ainda o desenvolvimento de investigação no que diz respeito a esta problemática.


Estamos aqui, na PSIKIKA, para o ajudar.

91 425 07 10



 

Um até já PSIKIKO,

BB.


 

Referências Bibliográficas

Fliege, H., Lee, J. R., Grimm, A., & Klapp, B. F. (2009). Risk factors and correlates of deliberate self-harm behavior: A systematic review. Journal of psychosomatic research66(6), 477-493.

Washburn, J. J., Richardt, S. L., Styer, D. M., Gebhardt, M., Juzwin, K. R., Yourek, A., & Aldridge, D. (2012). Psychotherapeutic approaches to non-suicidal self-injury in adolescents. Child and adolescent psychiatry and mental health6, 1-8.

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