A influência das redes sociais na idealização de imagem corporal nos mais jovens.
- Psikika
- 6 de dez. de 2021
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É sabido que a utilização de internet tem vindo, ao longo dos últimos anos, a ganhar relevância e impacto no quotidiano de todos nós, principalmente nas faixas etárias mais jovens (Portugal & Souza, 2020). Consequentemente, com a crescente utilização e expansão da internet, as redes sociais passaram também a fazer parte do dia-a-dia e a possuir um papel essencial na vida de milhões de crianças e adolescentes (Teixeira, 2016). Silva Lemos e
colaboradores (2020) descrevem as redes sociais como plataformas digitais que foram criadas com o objetivo de promover e auxiliar a comunicação entre os indivíduos, contudo tem se vindo a observar um impacto que este meio de comunicação apresenta na saúde mental dos seus utilizadores.

Um estudo realizado por Lira e colaboradores (2017) teve como objetivo avaliar e compreender a relação entre a influência destes meios e o uso de redes sociais na insatisfação corporal em adolescentes do sexo feminino. Segundo os resultados, os mídia, incluindo as redes sociais, estão associados a uma maior insatisfação relativa à imagem corporal de adolescentes do sexo feminino. A construção da imagem corporal constrói-se através do contacto com o meio envolvente, incluindo contexto familiar, cultural e escolar, que influenciam as alterações físicas e psíquicas (Lira et al., 2017). Apesar dos ideais e a imagem corporais estarem presentes desde cedo na vida das crianças, é na adolescência que, de forma mais latente, podem ocorrer os questionamentos e o não enquadramento dos padrões aprendidos em relação aos mesmos, levando a uma insatisfação e, consequentemente, sofrimento (Lira et al., 2017).

As redes sociais, sendo uma fonte de informação e imagens de fácil e rápido acesso, acabam por ter um papel influenciador em áreas como a idealização de beleza e estilos de vida. A manipulação de imagens e consequente irrealidade que transmitem carregam questões de ordem biológica, social e afetiva que, com o decorrer do tempo, causam insatisfação (Silva Lemos et al., 2020). Hanna e colaboradores (2017) defendem também que existe uma associação entre uma maior comparação social e uma auto-objetificação relacionada a uma menor autoestima, maior vergonha corporal e menor saúde mental, para ambos os sexos, aquando da utilização da rede social Facebook.
Concluindo existem fortes evidências empíricas sobre o impacto do uso das redes sociais na imagem corporal, especialmente nas faixas etárias mais novas por apresentarem ser um público-alvo com maior vulnerabilidade, maior consumo, independência e fortemente influenciado pela utilização de internet e das redes sociais.

Referências:
Portugal, A. F., & de Souza, J. C. P. (2020). Uso das redes sociais na Internet pelos adolescentes: uma revisão de literatura. Revista Ensino de Ciências e Humanidades-Cidadania, Diversidade e Bem Estar-RECH, 4(2, jul-dez), 262- 291.
Teixeira. E. I. B. O uso excessivo das redes sociais pelos adolescentes. Dissertação de mestrado. Universidade de Coimbra – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Coimbra, p. 49. 2016.
Da Silva Lemos, K., Filgueiras, N. C., & Mendes, A. (2020). Como a utilização das redes sociais influenciam na saúde mental.
Lira, A. G., Ganen, A. de P., Lodi, A. S., & Alvarenga, M. dos S. (2017). Uso de redes sociais, influência da mídia e insatisfação com a imagem corporal de adolescentes brasileiras. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 66(3), 164–171. doi:10.1590/0047-2085000000166
Hanna, E., Ward, L. M., Seabrook, R. C., Jerald, M., Reed, L., Giaccardi, S., & Lippman, J. R. (2017). Contributions of social comparison and self-objectification in mediating
associations between Facebook use and emergent adults' psychological well-being. Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking, 20(3), 172-179.
Saudações Psikikas
J.P.
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