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Lá estão as emoções outra vez…
As emoções são respostas fisiológicas e comportamentais a estímulos ou situações
significativas, que afetam profundamente uma pessoa.
A emoções detêm funções ao nível da comunicação, funcionamento adaptativo e regulação emocional, podendo exibir três níveis de resposta ou reação emocional:
O nível mais básico acarreta reações neurofisiológicas e bioquímicas, assim como todos os processos regulados pelo sistema nervoso autônomo (ritmo cardíaco, fluxo sanguíneo, respiração, secreções hormonais e respostas neurais). Já o segundo é o nível motor e comportamental, onde as emoções são expressas pelo meio de ações como expressões faciais, choro, olhares sombrios ou inibição. Por fim, o terceiro nível recorre à linguagem (oral, escrita ou em pensamento) para descrever sentimentos, mostrando ser uma resposta cognitiva ou subjetiva ao que aconteceu.
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Vamos controlá-las como reis…
A regulação emocional é essencial para a saúde mental e o funcionamento adaptativo, mas é complexa de se definir. Pode ser descrita enquanto conjunto de competências e recursos internos que dão origem a mudanças no modo como experienciamos as nossas emoções, através de processos que influenciam as emoções em nós, nos outros, ou ambos. Pode dizer-se que a regulação emocional designa a capacidade que cada pessoa demonstra para controlar as suas reações emocionais em situações que as despoletam.
A regulação emocional inclui processos tanto extrínsecos (suporte dos pais) como intrínsecos (cognições), sendo através deles que as pessoas experienciam e manifestam as suas emoções. O seu uso eficaz conduz à transformação da duração e/ou intensidade da emoção sentida, ao invés de a excluir e integra quatro dimensões: a aceitação das emoções; cumprimento de objetivos; consciência e compreensão emocional; e controlo de comportamentos impulsivos.
Assim, a expressão desregulação emocional aplica-se a pessoas que adotam estratégias desadequadas, exibindo com frequência reações emocionais descontroladas aquando da ocorrência de algum acontecimento e/ou sendo incapazes de regular as suas emoções. A gestão emocional é um aspeto do desenvolvimento da criança que não existe à nascença e que necessita de ser aprendido.
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Mas como é que isto se desenvolve?
As crianças parecem nascer com diferentes capacidades de autorregulação, o que faz com que alguns bebés sejam mais fáceis de acalmar do que outros. Ainda assim, inicialmente as emoções são reguladas com ajuda do meio exterior, nomeadamente dos pais, que auxiliam as crianças a reduzir a sua tensão interior.
Entre os 2 e os 6 anos, a criança começa a amadurecer o seu sistema de regulação emocional e a gerir as suas emoções. Ao desenvolverem competências linguísticas, as crianças tornam-se capazes de identificar as suas emoções, facilitando a regulação das suas reações emocionais. Ainda assim, as crianças continuam a necessitar de ajuda dos adultos para regular emoções intensas.
Ao atingir a idade escolar, a regulação emocional torna-se mais reflexiva e a criança assume maior responsabilidade pelo modo como gere as suas emoções, ainda que os pais continuem a ser determinantes. Nesta idade as crianças desenvolvem as suas próprias capacidades de regulação emocional sendo capazes de conter as suas reações emocionais mais extremas, de discutir e colocar em palavras como se sentem, de esperar e separar as suas reações interiores das expressões exteriores.
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Cada um tem o seu ritmo, não é uma corrida para o bronze…
Os processos de desenvolvimento são suscetíveis de grande variação entre as crianças, o mesmo se aplica ao sistema de regulação emocional. Ainda que não se saiba quais os fatores responsáveis pelas diferenças de capacidade das crianças em regularem as suas emoções, existem pelo menos três processos que a condicionam:
A maturação neurológica diz respeito ao crescimento e desenvolvimento do sistema nervoso da criança e é necessária para que as crianças consigam controlar as suas reações emotivas. O temperamento e nível de desenvolvimento, dado que as dificuldades de aprendizagem, atraso no desenvolvimento da linguagem e temperamento difícil o défice de atenção são vulnerabilidades à desregulação emocional. Por fim, o apoio do meio envolvente e a socialização parental visto a forma como as famílias falam sobre os sentimentos repercutir-se no modo como as crianças expressam os seus sentimentos e regulam as suas emoções. O stress cronico e ambientes marcados pela falta de previsibilidade e estabilidade levam a maiores dificuldades de regulação emocional.
Saudações Psikikas.
C.T.
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